Eu acompanho a Maria desde 1988, quando fui trabalhar em sua empresa, um pioneiro laboratório ótico na fabricação de lentes oftálmicas em Belo Horizonte. Ela tinha 24 anos e administrava sozinha esta firma que tinha na época aproximadamente uns quinze funcionários e todos a chamavam de “chefinha”. Minha prima Regina Célia, que também trabalhava nesta empresa, observou que a Maria dialogava e escrevia o que vinha do ” invisível ” e ela frequentemente dizia que escutava de um “anjo”. A Regina, tendo conhecimento da doutrina dos Espíritos, convidou-a a acompanhá-la a uma palestra na União Espírita Mineira, e foi neste dia que a Maria soube que quem conversava com ela não era um “anjo” e sim um irmão num corpo espiritual.
Ela foi convidada prontamente por um coordenador deste Centro Espírita, o senhor Élcio, a sentar à mesa das reuniões mediúnicas a psicografar. Posteriormente, a levou para outro Centro Espírita que se chamava Pronto Socorro Maria de Nazaré e neste ela, além de sentar à mesa mediúnica, também fazia tratamento espiritual com as mãos nas pessoas que ficavam nas macas.
O senhor Élcio adoeceu e disse antes de morrer que a Maria tinha muita luz e uma missão grandiosa.
Assim correram dez anos e a nossa “chefinha” era amiga de todos dentro e fora da empresa e, quando tinha tempo, lá estava dando passes ou passando mensagens e sem distinção. O fazia em funcionários, parentes destes, a sua família e até clientes.
Em 1998 a doença de Parkinson em seu pai já estava bem adiantada, e ele foi morar com ela em Belo Horizonte. Porém neste ano também em função de um plano econômico no país ela perdeu a empresa que tanto gostava. Vi ela ajoelhada e chorando pedindo a Deus que não a afastasse de todos aqueles amigos. Ficou sem nenhum recurso financeiro e não tinha como cuidar do seu pai. A minha família a recebeu em nossa casa e então ela começou, em 1999, a psicografar a primeira obra, Gabriel, na mesa da nossa área de serviço.
Diariamente sentava ali à noite e escrevia muito. Assim que terminava, a minha família lia o capítulo enquanto ela fluidificava água com as mãos para todos e oferecia dando passes. Também a acompanhava a levar alimentos e dar passes em casas escolhidas pelo Efigênio, o seu mentor. O mais incrível, neste tempo, é que este mentor pedia para entrarmos no carro com os alimentos e ele nos mostrava o caminho, direcionando em comandos: em frente, direita, esquerda… até que falava para parar. Meio confusas, batíamos nestas casas pobres e entregávamos a comida e a Maria abraçava com amor. São tantas histórias nestes anos todos que é difícil escrever todas.
Tudo era incrível. Fazíamos perguntas a este mentor e tínhamos respostas. Ele brincava e ensinava. Ele ajudava.
Mostrou como chegar em uma cachoeira direcionando o carro. Falava de um projeto desde 1988 e afirmava que a Maria ia para São Paulo e nós achávamos estranho porque ela não conhecia ninguém na capital paulista. Terminou de psicografar Gabriel e o seu mentor pediu para comprar folhas de cartão duro e tintas e a Maria começou a pintar com as mãos.
O Pronto Socorro Maria de Nazaré tinha a afastado do seu trabalho espiritual após a morte do Senhor Elcio e o Efigênio, seu mentor, pedia incessantemente para procurar irmãos que a ajudassem no plano físico. Começou uma interminável busca de auxílio em centros espíritas a que irmãos analisassem as psicografias e pinturas, e nos muitos que a acompanhei a resposta era a mesma: “para com tudo ”. Mas o Efigênio pedia para a Maria continuar, afirmando que ela precisava trabalhar mediunicamente. Prosseguimos então indo em muitos Centros Espíritas.
A Maria conseguiu um emprego e alugou um barracão nos fundos da casa de minha família e novamente pegou o seu pai para cuidar dele. O barracão era muito simples, em telhas de amianto, mas ela cuidava dele com tanto amor que, no inverno, fazia uma barraca sobre a sua cama a que ele não sentisse frio e cuidava dele antes de ir para o seu trabalho, dando-lhe banho. Também mediunicamente continuava ajudando tudo e todos. O seu mentor avisou de uma jornada finda de meu tio e ele nem estava doente, e isso aconteceu. Também me contou o que aconteceu depois de sua morte física e onde estava. Me dava notícias a cada ano. Falou de sua nova reencarnação e isto aconteceu.
Resolvemos montar uma pequena firma como sócias e a Maria conseguiu com telefonemas trazer antigos clientes de todas as cidades de Minas Gerais que gostavam dela para trabalharem junto novamente. Passaram seis anos e já tinha psicografado três obras, Gabriel, Na Essência D’alma e Laços de Barro, e sempre medicando com passes. O seu mentor então pediu que tivesse um filho e, com muita fé, a Maria o escutou e na Sexta Feira Santa do ano de 2005, ela ficava grávida num incrível e único encontro. Tudo era fantástico e eu passei a ser mãe desse filho também. Acompanhei toda a gestação, zelando para que nada lhes faltasse.
A Maria teve que fazer cesárea e teve problemas com uma severa infecção. Os médicos queriam interná-la, mas seu mentor pedia que fosse para ficar perto de sua família em Angra dos Reis. A Maria não hesitou e, ainda que estivesse doente, ela foi e a Equipe Nosso Lar a curou sem ficar longe do seu filho. De volta a Belo Horizonte, o seu pai morreu e sua mãe, que tinha dificuldades de locomoção, foi morar com ela. A sua mãe recomeçou a andar e fazer tudo sozinha.
O seu mentor Efigênio e a Equipe Nosso Lar pediram que trabalhasse humildemente num Centro Espírita fazendo Sopa Fraterna e a Maria atendeu o pedido. Acordava cedo todos os sábados e, com o seu filho e mãe, ia fazer sopa para irmãos nas ruas neste Centro. Psicografava sem parar no seu quarto mediúnico. Compramos uma maca e ela começou a medicar irmãos neste quartinho.
A pedido da Equipe Nosso Lar, em 2010 começou a divulgar as mensagens psicografadas e livros nas redes sociais.
Alternava sem parar o obrar mediúnico, do trabalho em nossa empresa e os cuidados com sua mãe e filho.
Em 2011 começou o obrar em São Paulo e de vinte em vinte dias em partidas e chegadas medicava irmãos em praças, ruas, padarias, hospitais, etc.
Estou certa de que a partir de 2011, outras muitas histórias outros vão contar. Fico aqui com minha humilde colaboração na história do Instituto Beneficente Fraternitas Nosso Lar e feliz por ver que o que a Equipe Nosso Lar afirmava desde 1988 está se concretizando. São 28 anos e é impossível contar todas as fantásticas histórias que vivemos com o Efigênio e a Equipe Nosso Lar.
Eu amo a Maria e eu amo o Marcos!